martes, 18 de septiembre de 2012

ENTRE NOS- Lectura dramática en Belem

Belém, una ciudad mágica, me recibió con los brazos abiertos. Todo surgió por la iniciativa de Hudson Andrade y Carlos Correia Santos, dos maravillosos artistas de esa ciudad, que posibilitaron mi llegada para participar en el I Encuentro Dramatúrgico de Argentina-Brasil en Belém.
Un taller para actores, del que ya escribí, y el loco intento de realizar un montaje de mi obra Entre Nos, traducida por Ester Abreu Vieira de Oliveira,  con dos actrices de Belém. Sólo dos encuentros y un ensayo general. Una locuraaaa

Así estaba aquel primer día.



Dos magníficas actrices, Rosilene Cordeiro e Iracy Vaz, se atrevieron a enfrentar el desafío.  Trabajamos sobre el texto, en primera instancia, modificando algunas cuestiones temporales y propias de la ciudad donde se representaría. La obra se perfumo de aroma de Brasil. Nos atrevimos a muchas cosas en esas dos jornadas de trabajo. Improvisamos la obra, cambiaron de roles...


Llego el día del "estreno" y un enorme diluvio cayó sobre la ciudad. Siempre la lluvia me acompaña en momentos fundamentales de mi vida. Nací con lluvia. ¿Será por eso?



El banco esperaba que Laura y Leonor volvieran a la vida. Llegaran a Belém.



Dos soledades se descubren y dejan de lado sus máscaras. Un trabajo lleno de sutilezas y juego, pese a tener que tener el texto en mano. El público aplaudió y expresó su emoción. Logramos, mágicamente, dar a luz la obra.
Gracias, Rosilene e Iracy.
Gracias, Carlos Correia y Hudson Andrade.

Comentario sobre la obra, en portugués, de Rosilene Cordeiro.


Cá "Entre nós"...

Prezado Santiago,

O texto é simples e fruido.

Demasiadamente simples, como é expressivamente fundo de densidade em suas camadas subjacentes. Talvez se justifique nisso a amplitude de sua correnteza.
Duas mulheres distintas, urbanas, numa certa ocasião comum. em diferentes interlocuções tecidas num diálogo brando, milimétrico e casual e nem por isso morno e fugaz.
Laura e Leonor percorrem mundos... antes, os delas em separado, para depois avistarem um encontro possível na parte do trajeto que se instaura num banco de praça- banal ao mero expectador passante, talvez!- mas que dá-se a cenário metafórico do mundo e seus sobrepostos elementos hodiernos que elas carregam consigo na forma de suas verdades.
Leonor e suas bugigangas guardadas, Laura e suas conquistas contemporâneas em ascensão. Mulheres embebidas de historicidade, tragadas pela vida que lhes coube viver. Ambas relutantes a princípio, mas lentamente fisgadas pela necessidade de palavras trocadas ainda que, primeiramente, entre notório desalinho.
Vida profissional e familiar, rotinas, sentidos, vazios, itinerários, aspirações e medos são vasculhados de forma cotidiana com finura singular, na qual a métrica poética deixa-se tecer por paisagens que vão surgindo, uma a uma, para enfeitar a sala que ali se instaura; uma sala que se enfeita para festejar os devaneios compartilhados das damas que conversam interrompidas, vez ou outra, pelo "ruído do trem que relaxa".
Disse simples, não fácil, porque assim compreendo o texto que ora tenho em minhas mãos.
Sua escrita me impressionou, aprisionou e remeteu a dizer-lhe dessa alegria de compartilhá-lo comigo e Iracy, essa colega atriz em que também me vejo refletida pela força que nos move a fazermos o que fazemos com total desprendimento na ânsia de contribuir com essa história que ora tecemos na cena teatral desta cidade continental e que, hoje, se sente honrada em acolhê-lo.
Grata pelo texto e por seu lado nesse diálogo.
Feliz por sua dramaturgia humanamente crua, ousada, leve e merecidamente louvável nesse momento em que o mundo tem esquecido a importância de estar com alguém, presencialmente. Agradecida por sua escrita que nos devolve ao lado de quem nos ajuda a encontrar o nosso "banco" na vida, lugar de disputas ideológicas e algumas lamentações casuais, por certo, mas, sobretudo, de aconchego, intimidade, dualidade emocional e realização pessoal com vistas a um "até amanhã" com sensação que a vida segue e nós vamos com ela em busca de nós mesmos.
Que bom que a vida nos brindou com esse encontro.[...]
Muitíssimo grata ao Carlos Correia Santos e ao Hudson Andrade que nos oportunizaram esse brinde coletivo.
Chegue bem. Entre e sinta-se confortável, a casa é nossa!
Rosilene Cordeiro.
(Belém/ PA, 19/08/2012)

http://rosileneporsimesma.blogspot.com.ar/2012/08/ca-entre-nossaudacao-santiago-serrano.html

1 comentario:

  1. Mais que agradecida.
    Vida longa a todos nós, ao teatro, a vida que se renova em cada novo encontro.

    Abço grande Santiago! Volte logo...rr

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