Por Rangel Andrade
http://www.outracoisa.com.br/2010/04/25/dinossauros-no-teatro/
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Marquei de ir ao teatro com um amigo, combimanos horário, local e qual peça asistir. Para não perder o costume ele se atrasou. Por alguns minutos pensei que o espetáculo já havia começado, que não iríamos conseguir entrar e que o ingresso e a sessão estariam perdidos. Eu na minha tensão e ele na sua calmaria. Entramos na Caixa Cultural, levei um tropeção (ás vezes a pressa faz essas coisas); mas enfim adentramos o espaço de arena. Ao centro, sentada em um baquinho uma senhora cantava alguma coisa, depois de um tempo distingui que era a belissíma Eu te amo, de Chico Buarque, que relata de forma poetica a perda de um amor (Ah, se já perdemos a noção da hora / se juntos ja jogamos tudo fora…) e me deixei levar por esses versos… Mas voltando ao espetáculo… eis que surge do lado esquerdo do palco um homem com uma maleta e vai se sentar ao lado da mulher…
A partir daí somos envoltos por uma história singela e poética de um encontro que deveria acontecer para que suas vidas mudassem. Para que se conhecessem como pessoas. Os atores são tão sinceros em suas interpretações, defendem tão bem a solidão dos seus personagens que por momentos nos vemos naquela situação, onde uma palavra pode mudar um estado, um sentimento e um ponto de vista. Eu me mexia na poltrona, me incomodei com a platéia; meu impulso era gritar e pedir que as pessoas se amassem mais e abandonassem esse estado de solidão. Mas nesse momento Silvana e Nicolás, dão a volta por cima e se deixam envolver pela dor um do outro. Não quis mais gritar. A vida mostrou que ainda vale a pena.
O poético texto é do argentino Santiago Serrano que busca de forma simples mostrar um encontro casual entre um homem e uma mulher e quais são as possibilidades de mudança que esse encontro causa em cada um. A peça estreou em 1991, na Argentina, obtendo o prêmio de Melhor Obra Original e menção de Melhor Espetáculo no festival organizado pelo Centro Cultural General San Martín, de Buenos Aires. Em 2000, Dinossauros foi encenada no Canadá e nos Estados Unidos. Também recebeu montagens em Montevidéo, no Uruguai, e em Lima, no Peru.
A direção eficiente de Guilherme Reis traz uma nova experiência para o teatro que é de se fazer uma peça sem movimento, os atores ficam a maior parte do tempo sentados em um banco e têm poucos deslocamentos, delimitando sua ação por uma iluminação simples, mas de tamanha força dramática para o espetáculo. A peça é simples. Os atores estão simples em cena, com uma interpretação contida, ás vezes um pouco intimistas, mas sempre conscientes da força se seus personagens. A peça demostra mais uma vez que se pode dizer muita coisa usando o mínimo de aparatos possível, o texto ja fala por si só e os atores cumprem muito bem seu papel de canal de comunicação.
Acredito que o teatro cada vez mais caminha para uma interpretação que esteja mais próxima do artista. Criações que primam por desnudar o ator e colocá-lo limpo em cena, sem truques, maneirismos e / ou fórmulas prontas. O ator é ele por si só, sozinho, e estando livre desses estigmas se revela por inteiro e nos leva numa por lugares nunca visitados. É a arte no seu mais puro estado de plenitude.
A partir daí somos envoltos por uma história singela e poética de um encontro que deveria acontecer para que suas vidas mudassem. Para que se conhecessem como pessoas. Os atores são tão sinceros em suas interpretações, defendem tão bem a solidão dos seus personagens que por momentos nos vemos naquela situação, onde uma palavra pode mudar um estado, um sentimento e um ponto de vista. Eu me mexia na poltrona, me incomodei com a platéia; meu impulso era gritar e pedir que as pessoas se amassem mais e abandonassem esse estado de solidão. Mas nesse momento Silvana e Nicolás, dão a volta por cima e se deixam envolver pela dor um do outro. Não quis mais gritar. A vida mostrou que ainda vale a pena.
O poético texto é do argentino Santiago Serrano que busca de forma simples mostrar um encontro casual entre um homem e uma mulher e quais são as possibilidades de mudança que esse encontro causa em cada um. A peça estreou em 1991, na Argentina, obtendo o prêmio de Melhor Obra Original e menção de Melhor Espetáculo no festival organizado pelo Centro Cultural General San Martín, de Buenos Aires. Em 2000, Dinossauros foi encenada no Canadá e nos Estados Unidos. Também recebeu montagens em Montevidéo, no Uruguai, e em Lima, no Peru.
A direção eficiente de Guilherme Reis traz uma nova experiência para o teatro que é de se fazer uma peça sem movimento, os atores ficam a maior parte do tempo sentados em um banco e têm poucos deslocamentos, delimitando sua ação por uma iluminação simples, mas de tamanha força dramática para o espetáculo. A peça é simples. Os atores estão simples em cena, com uma interpretação contida, ás vezes um pouco intimistas, mas sempre conscientes da força se seus personagens. A peça demostra mais uma vez que se pode dizer muita coisa usando o mínimo de aparatos possível, o texto ja fala por si só e os atores cumprem muito bem seu papel de canal de comunicação.
Acredito que o teatro cada vez mais caminha para uma interpretação que esteja mais próxima do artista. Criações que primam por desnudar o ator e colocá-lo limpo em cena, sem truques, maneirismos e / ou fórmulas prontas. O ator é ele por si só, sozinho, e estando livre desses estigmas se revela por inteiro e nos leva numa por lugares nunca visitados. É a arte no seu mais puro estado de plenitude.
Fundada á cinco anos em Brasília, o Grupo Cena criou um repertório basicamante de textos inéditos no Brasil. Sua última passagem pelo Rio foi em 2007 com a montagem de “Os demônios”, com direção de Antônio Albujanra e Hugo Rodas. O grupo permanece no Rio de Janeiro até a próxima semana com a apresentação do espetáculo Fronteiras , com texto de Santiago Serrano e direção de Guilherme Reis, na Caixa cultural ás 19:30, com ingressos a R$ 10,00 (inteira) e R$ 5 (meia).
Saí do teatro um pouco atrasado no tempo, encontrei um outro amigo, nos falamos pouco (seu telefone tocou, e nesse mundo rápido em que vivemos essas coisas falam primeiro). Brincadeiras não faltaram em nossa volta para casa. Falamos sobre as piadas da peça, seus momentos e seus atores. Passamos no Mc´Donalds, compramos um lanche e por coincidência (ou não!) nos sentamos em um banco na Cinelândia, um do lado do outro: comendo e falando pouco… a peça ainda vivia em nós.
Dinossauros
Caixa Cultural / Teatro de Arena
Duração: 60 min
Censura: 12 anos
Gênero: Comédia dramática
de Santiago Serrano.
Saí do teatro um pouco atrasado no tempo, encontrei um outro amigo, nos falamos pouco (seu telefone tocou, e nesse mundo rápido em que vivemos essas coisas falam primeiro). Brincadeiras não faltaram em nossa volta para casa. Falamos sobre as piadas da peça, seus momentos e seus atores. Passamos no Mc´Donalds, compramos um lanche e por coincidência (ou não!) nos sentamos em um banco na Cinelândia, um do lado do outro: comendo e falando pouco… a peça ainda vivia em nós.
Dinossauros
Caixa Cultural / Teatro de Arena
Duração: 60 min
Censura: 12 anos
Gênero: Comédia dramática
de Santiago Serrano.
Direção de Guilherme Reis
Horário: Quinta a domingo, 19h30. Até domingo (18). Estreia prometida para quinta (15) Ingresso: R$ 10,00
Fronteiras
Caixa Cultural / Teatro de Arena
Duração: 60 min
Censura: 12 anos
Gênero: Comédia dramática
de Santiago Serrano.
Horário: Quinta a domingo, 19h30. Até domingo (18). Estreia prometida para quinta (15) Ingresso: R$ 10,00
Fronteiras
Caixa Cultural / Teatro de Arena
Duração: 60 min
Censura: 12 anos
Gênero: Comédia dramática
de Santiago Serrano.
Direção de Guilherme Reis
Horário: Quinta a domingo, 19h30. Até domingo (25). Estreia prometida para quinta (22) Ingresso: R$ 10,00
Rangel Andrade
Ator e fundador da ESS N.CIA, cia de teatro.
Horário: Quinta a domingo, 19h30. Até domingo (25). Estreia prometida para quinta (22) Ingresso: R$ 10,00
Rangel Andrade
Ator e fundador da ESS N.CIA, cia de teatro.
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