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sábado, 2 de agosto de 2014

3 Preguntas- Veja Brasilia


3 Preguntas para Santiago Serrano

Por Mariana Moreira

O dramaturgo argentino tem sua quarta peça (Uma Pausa, por Favor) montada na cidade e fala sobre teatro, psique e amor pelo Brasil. 

Como você foi descoberto pelos brasileiros? 
Começou quando (o diretor e produtor) Guilherme Reis leu Dinossauros na internet e pediu para montá-la. Depois, vim a uma edição do Cena Contemporânea e conheci muitas pessoas, entre elas o (ator e diretor) Sérgio Sartório e a equipe da peça Cru. Nessa ocasião, eles me pediram um texto inédito (que viria a ser Noctiluzes). Coloco minhas peças na internet e elas se espalham. É preciso entregar os seus sonhos para deixar os outros sonharem também. 
 
Como se sente no Brasil? 
Hoje me sinto em casa. No começo tinha uma ligação trágica. Meu pai morreu em um acidente aéreo no Brasil (no Aeroporto de Viracopos, Campinas, em 1960), quando eu tinha 5 anos. Era um lugar cruel, que me lembrava dor. Depois de muitos anos, eu me senti bem no país e, hoje, estar aqui é uma forma de reencontrá-lo. Também me lembro das revistas dele, que era arquiteto, com fotos de Brasília ainda no começo, desenhos e projetos. Tenho essa dupla ligação, com meu pai e com a cidade. 
 
Você também trabalha como psicanalista. A experiência no consultório o ajuda a escrever? 
Conscientemente, não. Mas nunca deixamos de ser o que somos. Quando escrevo, coloco ali minhas vivências. Escrevo como se fosse um ator que está em cena; as situações acontecem dentro de mim. Por isso, escrever é cansativo. Mas tenho uma divisão clara entre o que escrevo e o que os pacientes me contam. Sou um bígamo muito fiel às duas coisas que amo (risos).

http://vejabrasil.abril.com.br/brasilia/materia/3-perguntas-para-santiago-serrano-2986

Foto: Michael Melo


Uma Pausa, Por Favor 

As atrizes brasilienses Daniela Vasconcelos, Fernanda Rocha e Tatiana Bittar se reuniram para criar uma peça a partir de textos que refletiam sobre a condição feminina. Depois de reunir os escritos, elas enviaram ao dramaturgo argentino Santiago Serrano, que fechou a narrativa. Ele criou as três personagens destedrama: mulheres presas à rotina, buscando felicidade e transcendência. A encenação, em formato de jogo de programa de auditório, injeta comicidade nas histórias. Direção de Adriana Lodi, que substitui Fernanda Rocha como atriz durante esta temporada (60min). 14 anos. Estreou em 25/7/2014. 

Teatro Sesc Garagem (204 lugares). 713/913 Sul, lote F, fone: 3445-4420. Sábado, 20h30; domingo, 19h30. R$ 20,00. A bilheteria abre uma hora antes. Até domingo (3).