domingo, 1 de mayo de 2011

ELDORADO -FESTIVAL LATINO AMERICANO DE TEATRO RUÍNAS CIRCULARES – 3ª. EDIÇÃO.



FESTIVAL LATINO AMERICANO DE TEATRO RUÍNAS CIRCULARES – 3ª. EDIÇÃO.

A Fundação Nacional de Artes (FUNARTE) e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) orgulham-se em oferecer mais uma vez à cidade um acontecimento da magnitude do Festival Latino Americano de Teatro Ruínas Circulares, agora em sua terceira edição.

A cada ano, lançamos o Festival trazendo em sua estrutura algum elemento de inovação, como o foi na edição de 2010, quando deu-se início a realização do Seminário Nacional de Pesquisa em Teatro e das Noites Performáticas. A articulação dos dois eventos, artístico e acadêmico, é uma forma de concretizar em sua base o princípio que norteia a própria presença paradoxal da arte na sede da razão, qual seja, o de que teoria e prática não se distinguem, estando dialeticamente uma embutida na outra.

Nesse ano, propusemos duas inovações que vão enriquecer o acontecimento do festival e do seminário: a instituição de um eixo temático e de um maior espaço dedicado à crítica – tanto em formatos experimentais quanto de forma mais especializada. Essas tentativas são respostas a um projeto estético-político mais ambicioso que visa estimular efetivamente o debate, a reflexão e a avaliação críticas. O eixo temático em torno do qual gira a maior parte das atividades programadas é: “o ator e a cena contemporânea”, tema amplo que busca estabelecer um diálogo mais próximo com as questões estéticas que estão mobilizando nossos pares nesses tempos de “pós-tudo”. Já os “Diálogos Críticos” propõem um acompanhamento de todas as atividades do Festival, focando seu olhar “a partir do repertório e da experiência artística vivenciada pelo público do festival”, ou seja, partindo da recepção da obra e não de sua concepção, como ressalta o projeto dos integrantes do coletivo de crítica Bacante. Em contraponto a essa proposta mais livre, contaremos também com a presença de representante da crítica formal especializada na figura do crítico de arte do jornal Estado de Minas, Marcelo Avellar. O confronto destes dois pontos de vista para se produzir avaliação crítica certamente será mais um ponto a favor do adensamento do festival.

Na arte do teatro, palco e platéia são cúmplices do mesmo atentado em prol de uma vida plenamente vivida. O teatro tem capacidade de arrebatar o sujeito pela sua própria natureza, por que preenche todos os sentidos humanos. Ali, palavra é sentido e dessentido, é poesia e música, é fonema e imagem; o corpo do ator é escultura, obra de arte divina que esculpe por sua vez o espaço a sua volta, como uma poesia concreta, como uma dança. A metáfora da luz nos ajuda a compreender... luz e sombra, aparecer e desaparecer, revelar e esconder, num moto contínuo do ser e não-ser. O teatro nos aproxima e nos distancia de nós mesmos.

Por mais desconstruída que esteja a cena contemporânea quando se proclama – o fim das unidades clássicas do drama, a explosão do texto dramático (a ponto de qualquer texto ser considerado “teatralizável”) e o redimensionamento do espaço cênico (que avança para todos os lugares); quando o teatro se enamora das formas performáticas, onde age o “actante” e não mais “o ator” (ou ambos); onde antes se “apresenta” ao invés de “representar” (ou ainda os dois, num jogo oscilante de alternâncias com suas múltiplas formas híbridas e radicais); quando todo este estado de coisas questiona na base a própria validade de arte tão artesanal num mundo dominado pelas relações “virtuais” – dois componentes permanecem inquestionáveis e irredutíveis: a presença física e viva do ator e sua relação direta com o espectador (ainda que muitas vezes atravessado por recursos mais avançados da tecnologia midiática). Eis a arte do teatro: plasticidade para os olhos, poesia para os ouvidos, idéias para a mente e alimento para o espírito!


ELDORADO


06 de Maio (Sabado) - 20h - Teatro Rondon Pacheco - _12 anos_
Eduardo Okamoto - Campinas/SP

Acompanhado por uma “Menina”, um cego busca encontrar o que nenhum homem pôde jamais: Eldorado. Toda estória se resume nisto: era uma vez um homem que procura. Nos tempos e lugares da viagem, haja espaço para humanidades – travessia.
“Eldorado” encena a história que usualmente se desconta: descartada à primeira vista. O espetáculo nasce da observação da realidade, da interação com construtores e tocadores de rabeca, instrumento de arco e cordas, parecido com o violino, presente em muitas manifestações da cultura popular do Brasil. Desta maneira, procurou-se exercitar o olhar, encontrando no cotidiano os pequenos acontecimentos poéticos. Entre as margens da estória e da história, “Eldorado” procura recriar realidades. Assim, possamos recriar a nós mesmos.
“Eldorado” fala destes territórios de viagem. Ali, onde o viajante é atravessado enquanto atravessa geografias. Ali, onde todo homem é único e igual a todos os demais.

Ficha Técnica
Concepção, pesquisa e atuação: Eduardo Okamoto
Dramaturgia: Santiago Serrano
Direção e Iluminação: Marcelo Lazzaratto
Preparação em rabeca e Trilha Sonora Original: Luiz Henrique Fiaminghi
Figurino: Verônica Fabrini
Projeto gráfico e fotos projeto gráfico: Alexandre Caetano
Fotografia: Fernando Stankuns e Adalberto Lima
Orientação: Suzi Frankl Sperber
Produção: Daniele Sampaio
Duração: 60 min
Sobre o Artista
É ator graduado em Artes Cênicas, Mestre e Doutor em Artes pela Unicamp. Desde 2000, pesquisa o trabalho de ator sob orientação do Lume - Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa Teatrais da Unicamp.
Por sua atuação em “ELDORADO”, Eduardo Okamoto foi indicado ao Prêmio Shell 2009 na categoria de Melhor Ator.

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